Synopsis

Greek super-production about Iphigenia, the daughter of king Agamemnon and queen Clitemnestra, Iphigenia was sacrificed for favourable winds to launch the 1000 ships armada to attack Troy.

My Trailer



Three years ago I wrote, in portuguese, an analysis about this 2500 year old greek play by Eurípides, where at the end I listed 19 wikipedia sources (half in english and half in portuguese). Because of the forum rules I am not allowed to post those reference links yet (need 25 posts), and I haven't had the time to decide how I will present this analysis in english, should I translate the portuguese wikipedia citations, or should I search in the english wikipedia articles for equivalent texts? In the meanwhile I will paste my old text as a spoiler, just so you guys know what I'm up to...

But before that, let me summarize what's going on with this film, and why I found it so fascinating:

2500 years ago in Ancient Greece, most playwriters wrote "John Wayne" patriotic pro-establishment stories, to induce obedience by the masses and patriotism.

But like the american Cinema had producers like Stanley Kramer, that questioned the injustices of society, so did Ancient Greece had Euripides. When other greek authors were promoting military prowesses, this Euripides guy was denouncing and questioning a religion that demanded human sacrifice in this film's story. When other greek authors were promoting the trojan horse military strategy, Euripides wrote a play about the plight of the surviving women of Troy, that were taken as slaves, as a spoil of war, by the Greeks, in another of his plays.

In ancient Greece, five centuries before "baby Jesus" was born, it was illegal to be an atheist in public, the scholars could admit it and discuss it amongst themselves, but could never question religion orally in front of the masses. I included a You Tube british documentary explaining this.

Carl Sagan in his Cosmos series said that in the Classical World, the permanence of the stars could be questioned, but the justice of slavery could not. In the same way, during the McCarthyism period, the producer Stanley Kramer could not oppose the political witch hunt directly, so he made films like "Inherit the Wind" as an analogy. This Euripides, like Stanley Kramer, did the best he could, to try to make his world and society a better place.

Below is the mentioned portuguese review as a spoiler, but there are some english paragraphs from Wikipedia, and some nice images. (I will edit this post after I translate this to english, but can't promiss when).

WARNING: spoilers below
Religião no mundo clássico greco-romano

Um tema central desta história é uma tragédia em que um Rei mata a sua própria filha, por motivos religiosos, para que soprem bons ventos para a invasão naval de Tróia. Isto ocorre por indicação da sacerdotisa (profeta) do Oráculo de Delfos, cargo de líder religiosa, em que as mulheres que o exerciam eram as pessoas mais poderosas da Grécia Antiga e do Império Romano, que podiam fazer cair um imperador a seu belo prazer. Estas mulheres gozavam de um poder político muito além de qualquer Papa, em toda a História do Cristianismo, pois ao contrário dos papas mais sanguinários e sedentos de poder, que tinham de manipular as ambiguidades das Escrituras para os seus fins, estas mulheres não tinham grandes restrições de textos sagrados e não precisavam de nenhum pretexto ou alibi para decidir profetizar o assassínio de um líder ou um ataque a uma nação.



The Pythia was established at the latest in the 8th century BC,[3] and was widely credited for her prophecies inspired by being filled by the spirit of the god (or enthusiasmos), in this case Apollo. The Pythian priestess emerged pre-eminent by the end of 7th century BC and would continue to be consulted until the 4th century AD.[4] During this period the Delphic Oracle was the most prestigious and authoritative oracle among the Greeks, and she was without doubt the most powerful woman of the classical world (Wikipedia)
Na prática estas líderes religiosas profetas eram drogadas psicóticas e/ou psicopatas, sob o efeito de gases tóxicos psicotrópicos e/ou alucinogénicos.

Um ponto de vista comum a seu respeito afirmava que a pítia apresentava seus oráculos durante um estado de frenesi causado por vapores que subiam de uma fenda no rochedo sobre o qual o templo havia sido construído, e que ela falava coisas sem sentido que eram transformadas pelos sacerdotes do templo em enigmáticas profecias, preservadas na literatura grega.[5]

Este quadro foi questionado por acadêmicos como Joseph Fontenrose e Lisa Maurizio, que argumentam que as fontes antigas representam de maneira uniforme uma pitonisa que fala de maneira inteligível, e faz profecias com sua própria voz.[6] Investigações geológicas recentes mostraram que emissões de gás vindas de uma fenda geológica no solo local poderiam estar relacionadas ao oráculo de Delfos; alguns pesquisadores sugeriram a possibilidade de que o gás etileno causasse o estado de 'inspiração' da pítia. Outros argumentaram que o gás expelido poderia ser o metano, ou CO2 e sulfeto de hidrogênio (H2S), e que a fenda em si seria resultado de uma ruptura sísmica no solo. (Wikipedia)


O Dramaturgo Eurípides (autor da obra em que o filme se baseia) era um dramaturgo de intervenção, o equivalente na Grécia Antiga a cineastas como o Stanley Kramer, Stanley Kubrick e muitos outros

Para Eurípides, os mitos (elementos vitais da tragédia) eram apenas coleções de histórias cuja função era perpetuar crenças sobre concepções primitivas. Por tal motivo, opta por relatar em suas tragédias a história dos negados e/ou vencidos, podendo citar como exemplo a obra As Troianas, em que o autor relata a história das mulheres da cidade de Troia (lembrando que na época as mulheres não eram consideradas como membros da sociedade). Nisso se diferencia tanto de seus predecessores quanto rompe com características importantes aos gregos. Esse rompimento talvez lhe tenha impedido de construir peças harmônicas e perfeitas no seu conjunto, já que os mitos cumpriam muito bem esse papel de fundo. Mesmo assim, compôs cenas memoráveis e agudas análises psicológicas.

As suas peças não são acerca dos deuses ou a realeza, mas sobre pessoas reais. Colocou em cena camponeses ao lado de príncipes e deu igual peso aos seus sentimentos. Mostrou-nos a realidade da guerra, criticou a religião, falou dos excluídos da sociedade: as mulheres, os escravos e os velhos.


No caso deste filme e peça de teatro clássica, o objectivo é intervenção ateísta contra toda e qualquer forma de Religião, muito bem conseguida de forma brutal.

Este homem era uma espécie de cientista Carl Sagan, que denunciou brutalmente a Religião Cristã na série Cosmos.

Colapso do Oráculo de Delfos por decreto-lei Cristão



O oráculo délfico foi fundado no século VIII a.C.,[1] e sua última resposta registrada ocorreu em 393 d.C., quando o imperador romano Teodósio ordenou que os templos pagãos encerrassem suas operações. Até então o oráculo de Delfos era tido um dos mais prestigiosos e fiáveis oráculos do mundo grego.
Teodósio foi educado numa família cristã. Ele foi batizado em 380 d.C., durante uma doença severa, como era comum nos tempos dos primeiros cristãos. Em fevereiro desse mesmo ano, ele, Graciano e Valentiniano II fizeram publicar um édito deliberando que todos os seus súditos deveriam seguir a fé dos bispos de Roma e do patriarca de Alexandria (Código de Teodósio, XVI,I,2). A lei reconhecia quer a primazia daquelas duas instâncias quer a problemática teológica de muitos dos patriarcas de Constantinopla, que porque estavam sob a observação dos imperadores eram por vezes depostos e substituídos por sucessores teologicamente mais maleáveis. Em 380, o patriarca de Constantinopla era um ariano.

Historicamente, durante o período de Teodósio alguns eventos humilhantes evidenciaram a ascensão cada vez maior da Igreja Católica. Após vencer a guerra contra Máximo e ordenar o Massacre de Tessalônica, Teodósio pretendia, como era costume se sentar ao presbítero da igreja de Milão, mas foi proibido pelo bispo Ambrósio de entrar sem que antes fizesse uma confissão pública.

Ambrósio excluiu o imperador da comunhão e durante oito meses a tensão se manteve, até que Teodósio, durante o Natal, vestido com um saco de penitência, foi perdoado. Teodósio afirmaria mais tarde: "sem dúvida, Ambrósio me fez compreender pela primeira vez o que deve ser um bispo". Desde então o poder eclesiástico de julgar os poderes públicos, não só em questões dogmáticas mas também por seus erros públicos, prevaleceu até a Idade Moderna.

Em 388 d.C., a população cristã incendiou a sinagoga de Calínico, pequena cidade na Mesopotâmia. As autoridades civis informaram Teodósio, que instruiu o bispo a reconstruir a sinagoga com os próprios recursos e a punir os incendiários. Ambrósio, bispo de Milão, ouvindo disso, fez representação a Teodósio ao longo das linhas de que queimar sinagogas era agradar a Deus, e de que o príncipe cristão não teria direito de intervir. A história é complexa e, para a abreviar, basta dizer que Teodósio estava sendo forçado a submeter-se a Ambrósio e revogar as suas instruções para a restituição da sinagoga.

Esse episódio é significante, porque exemplifica a mudança do império pluralista para o Estado cristão. Teodósio começou a sua resposta à queima da sinagoga em Calínico se comportando como um imperador pagão o teria feito, ansioso de manter lei e ordem, respeitando os direitos aceitos dos judeus. Ambrósio desafiou o auto-entendimento da sua qualidade de imperador, encarregando-o a comportar-se como imperador cristão, que não deveria mostrar boa vontade aos judeus, ou até eqüidade simples. Isso era, segundo Ambrósio, inconsistente com a Cristandade. O dever do imperador cristão, segundo Ambrósio, era garantir o triunfo da verdade (na sua visão, o cristianismo) sobre o erro (na sua visão, o judaísmo). Teodósio capitulou, e a Igreja tinha a última palavra. A separação entre o cristianismo e o judaísmo, efetivada teologicamente em 325 d.C. no Primeiro Concílio de Niceia, era agora lei sob os imperadores romanos, que tomaram os seus conselhos da Igreja. O incidente de Calínico é o símbolo da conquista do antissemitismo eclesial. A Igreja podia agora manejar, e manejou, para influenciar a legislação imperial num modo danoso para os judeus[carece de fontes].

Mas foi justamente em virtude do crescimento do poder do catolicismo que ocorreu a sobrevida ao Império Romano do Oriente [carece de fontes], já que o do Ocidente passaria a ser dirigido a partir do ano de 476 d.C. por povos então chamados de bárbaros.


No mapa acima vemos o Império Romano em 395 D.C. na altura em que todos os povos dessas províncias são forçados a tornarem-se cristãos.

Ateísmo na Grécia Antiga

Nunca foram escritos livros sobre o assunto, mas o investigador Jonathan Miller andou a recolher e a cruzar informação existente da literatura da Grécia Antiga e encontrou debates entre filósofos e pensadores da Antiguidade, onde os antigos gregos escreveram entre eles (texto para académicos) que se podia escrever e discutir em privado acerca de ateísmo, mas não se podia falar (oratória para grupos de gente do povo) mal da religião em público, sob risco de perderem a própria vida às mãos de uma plebe ofendida por porem em causa as suas crenças religiosas.

The play write and trained medic Jonathan Miller gives an insightful overview of the History of Atheism from the Ancient Greeks to the Modern world. It also illustrates that the notions of God were long challenged before the advent of the scientific method and further demonstrates how the concept of God can be refuted on Logical grounds alone -- a systematic framework often neglected in contemporary Science vs Religion debates.


Belíssimo documentário (parte 1 de 3 acima), que também explica que na Inglaterra Vitoriana a malta (escritores) era puritana e não se podia ser ateu, em contraste com a França, onde os escritores franceses escreviam mal da religião e promoviam o ateísmo!

É neste contexto que o dramaturgo Eurípides, entre os anos de 408 e 406 A.C. cria esta peça de teatro pública, de intervenção contra a religião. O autor grego seria esfolado pelas massas caso fizesse uma oratória contra a religião, mas ele conseguiu na peça por um Rei a dizer que a profeta de Delfos inventava mentiras para atingir os seus próprios fins, mas que a crença religiosa das massas era de tal ordem, que nem um Rei poderia contrariar as ordens da profetiza (e líder religiosa). No filme vemos a situação a ficar fora de controle de tal forma, que mesmo que o Rei não queira matar a sua própria filha, o exército já não permite que a Efigénia fuja com vida. Neste filme, o jovem Rei Grego Aquiles faz frente ao fanatismo religioso, esta figura não tem nada a ver com a personagem de puto estúpido do actor Brad Pitt no filme de 2004 "Troy".